Trabalho remoto em TI: empresas estão pagando salários altos para brasileiros

Trabalhar de casa, ganhar em dólar ou euro e manter o custo de vida em real. Parece sonho? Para muitos brasileiros da área de tecnologia, essa já é a realidade em 2025.

O trabalho remoto em TI virou tendência global, e empresas estrangeiras estão disputando talentos brasileiros com propostas de salário que chamam atenção. Mesmo sem sair do país, profissionais de tecnologia estão conseguindo ganhos muito acima da média nacional — e com liberdade geográfica.

Mas por que isso está acontecendo? Quais perfis estão sendo contratados? E o que você precisa saber para entrar nesse movimento?

Neste post, a gente conversa sobre tudo isso com clareza, sem enrolação.

Por que as empresas estão pagando tão bem?

1# Escassez global de profissionais de TI

A área de tecnologia sofre com falta de mão de obra qualificada em vários países. Estados Unidos, Alemanha, Canadá e Reino Unido não conseguem suprir toda a demanda local — e começaram a buscar talentos no exterior.

2# O real desvalorizado é vantajoso para empresas estrangeiras

Um salário de US$ 4.000 pode ser considerado “médio” nos Estados Unidos. Mas, convertido para reais, representa mais de R$ 20 mil mensais. Para o brasileiro, é um salário excelente. Para a empresa estrangeira, é um bom negócio.

3# O trabalho remoto deixou de ser exceção

Depois da pandemia, o home office virou padrão em muitas áreas. A tecnologia permite que alguém trabalhe de qualquer lugar do mundo — o que abriu portas para os brasileiros no mercado global.

4# Os brasileiros têm boa formação e são resilientes

Profissionais de TI do Brasil têm boa capacidade técnica, aprendem rápido, falam inglês e se adaptam bem a novos contextos. E isso está chamando atenção das empresas estrangeiras.

Quais cargos estão com salários altos no exterior?

Os salários variam, mas algumas funções estão em destaque. Veja algumas faixas de remuneração (valores médios para quem trabalha de forma remota, sem sair do Brasil):

1# Desenvolvedor Backend (Python, Node.js, Java)

• US$ 3.500 a US$ 7.000 por mês
• Profissionais com 3+ anos de experiência têm alta demanda

2# Desenvolvedor Frontend (React, Vue, Angular)

• US$ 3.000 a US$ 6.000
• Conhecimento em design responsivo é um diferencial

3# Engenheiro de Dados / Data Engineer

• US$ 4.000 a US$ 8.000
• Especialistas em Big Data, pipelines e cloud são valorizados

4# DevOps / SRE

• US$ 4.000 a US$ 7.500
• Experiência com AWS, Docker, Kubernetes é altamente buscada

5# Product Manager (PM)

• US$ 5.000 a US$ 9.000
• Inglês fluente e comunicação clara são essenciais

6# UX/UI Designer

• US$ 2.500 a US$ 5.000
• Portfólio internacional pode aumentar as chances

Esses valores são pagos para quem trabalha remoto full-time, em regime de contrato internacional (PJ). Em alguns casos, ainda há bônus, 13º e benefícios adicionais.

Como os brasileiros estão sendo contratados?

A contratação acontece por meio de plataformas internacionais ou indicações. As empresas estrangeiras criam contratos de prestação de serviço com brasileiros como pessoa jurídica (MEI ou empresa LTDA).

Algumas plataformas que conectam talentos brasileiros com vagas internacionais:

• Turing
• Deel
• RemoteOK
• Upwork
• Andela
• VanHack
• Revelo (internacional)

Essas plataformas ajudam com burocracia, pagamentos e até emissão de contrato.

Além disso, muitos brasileiros conseguem oportunidades pelo LinkedIn — mantendo o perfil em inglês e mostrando projetos relevantes.

Precisa ser fluente em inglês?

Sim, na maioria dos casos.

Não precisa ter sotaque perfeito, mas precisa entender e se comunicar com clareza. As reuniões, os documentos, os tickets e os feedbacks são todos em inglês.

Mas se isso ainda for uma barreira para você, não desanime. Há vagas em empresas latinas ou que aceitam inglês intermediário. E há formas de melhorar sua fluência sem gastar muito — inclusive com aplicativos gratuitos e intercâmbios virtuais.

E a CLT, como fica?

Ao trabalhar para empresas estrangeiras, você atua como PJ (pessoa jurídica). Não tem vínculo CLT, nem carteira assinada. Por isso, é preciso cuidar da:

• emissão de nota fiscal
• pagamento de impostos (MEI ou Simples Nacional)
• reserva para férias, 13º e aposentadoria
• seguro de saúde particular

Mas, com salários altos, muitos profissionais conseguem montar uma reserva financeira, investir melhor e até pagar plano de saúde internacional.

Quais são os desafios?

Apesar das vantagens, nem tudo são flores. Trabalhar remoto para o exterior exige:

1# Disciplina e gestão de tempo
Você precisa se organizar, cumprir prazos e trabalhar sem supervisão.

2# Fuso horário
Dependendo do país, pode ser necessário acordar mais cedo ou trabalhar até tarde.

3# Isolamento
Mesmo com videochamadas, o dia a dia pode ser solitário. É importante manter uma rotina saudável e conexões sociais locais.

4# Instabilidade contratual
Como não há vínculo formal, o contrato pode ser encerrado de forma mais simples. Ter um bom colchão financeiro é essencial.

Dá pra começar sem experiência internacional?

Sim. Muitas empresas estão abertas a contratar profissionais que ainda não trabalharam para fora — desde que mostrem domínio técnico, vontade de aprender e uma boa comunicação.

Você pode começar com:

• projetos pessoais em GitHub
• portfólio online com cases e soluções
• freelas pequenos em plataformas internacionais
• contribuições em comunidades de código aberto
• participação em hackathons globais

Mostrar que você já tem iniciativa e postura profissional é mais importante do que já ter trabalhado para o exterior antes.

E quem está começando na área?

Mesmo quem ainda está iniciando pode se beneficiar.

Hoje, empresas estrangeiras buscam júnior com alto potencial. E o Brasil é um celeiro de novos talentos.

Se você está estudando ou migrando para TI, pode:

• Focar em tecnologias com mais demanda (como JavaScript, Python, cloud, dados)
• Criar projetos reais e publicar online
• Melhorar o inglês com constância
• Fazer networking em comunidades de tecnologia

O mais importante é começar a se preparar hoje. O mercado internacional ainda está aquecido — mas a concorrência também está crescendo.

Vale a pena trocar um bom emprego no Brasil por um remoto para o exterior?

Depende do seu perfil.

Se você valoriza estabilidade, benefícios tradicionais e contato presencial, pode preferir ficar em uma empresa brasileira.

Mas se busca:

• Liberdade geográfica
• Renda em moeda forte
• Autonomia profissional
• Crescimento acelerado

… então trabalhar para o exterior pode ser uma virada de chave na sua carreira.

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28 de março de 2025